Quando falamos sobre envelhecimento saudável sempre objetivamos manter a pessoa o mais independente e autônoma pelo maior tempo possível de sua vida. Mas o que é realmente isso?
AUTONOMIA seria a capacidade de gerenciar-se, tomar decisões e planejar seus objetivos. Tem relação direta com a aptidão mental da pessoa.
INDEPENDÊNCIA – capacidade de fazer suas atividades do dia a dia sem precisar da ajuda de terceiros. Tem relação com a habilidade física.
Ou seja, autonomia é a pessoa ser capaz de decidir! É ser capaz de querer, desejar e expressar isso. Enquanto que a independência é ser capaz de agir, executar uma tarefa, uma atividade do dia -a-dia, como: fazer sua própria comida; tomar banho sozinho; vestir-se; sair de casa sozinho de forma segura; fazer compras; viajar; entre outras.
Assim, a autonomia está mais relacionada com a capacidade mental e independência da capacidade física.
O idoso, portanto, pode ser autônomo e independente – como qualquer adulto –, mas também pode ser apenas um ou outro. “Uma pessoa com quadro de demência inicial pode ser independente e ainda conseguir fazer suas atividades funcionais sem problemas, mas a autonomia, sua capacidade de tomar decisões, já está comprometida”, explica Azevedo.
O oposto também é possível. “O idoso pode ser dependente fisicamente, estar em uma cama ou numa cadeira de rodas e ter a autonomia preservada, porque consegue decidir o que quer”, diz Valmari.
Nesse último caso, os especialistas afirmam que o mais complicado costuma ser a relação dos familiares e cuidadores e o idoso. “A família, considerando a dependência física do idoso, tende a ter dificuldade de respeitar sua autonomia, como forma de proteção”, afirma Azevedo. Por esse motivo as famílias precisam aprender a separar bem as necessidades do idoso de acordo com sua capacidade de autonomia e independência.
Saber respeitar a autonomia e independência do idoso é muito importante, mas nem sempre fácil para os familiares entenderem.
No dia a dia, o incentivo à autonomia passa pelo respeito com o idoso e por meio de atitudes simples. A psicóloga exemplifica. “Se o idoso é dependente e precisa, por exemplo, de ajuda com o banho, mas tem a autonomia preservada, eu posso perguntar para ele em qual horário prefere tomar banho. Nem se eu der apenas as opções de agora ou daqui a meia-hora. De qualquer maneira, ele pode escolher e isso ajuda a preservar sua capacidade”.
A importância de poder continuar decidindo é preservar a autonomia. “A partir do momento em que o idoso para de tomar decisões, ele se acomoda e, aos poucos, sua capacidade de escolha fica comprometida”, afirma a especialista.
Portanto, sempre que o idoso for autônomo, respeite a escolha dele. “Mesmo que isso vá contra a vontade do familiar, como no caso da recusa a um tratamento ou um medicamento que ele não queira tomar”, diz o geriatra. “O familiar ou cuidador deve, junto com o médico, tentar entender as razões da escolha do idoso e todos juntos chegarem a um tratamento adequado e que o idoso aceite e decida por se tratar.”